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Saúde

Câncer de colo de útero deve aumentar em 16 mil casos entre 2020/2022

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Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional
03/03/2022 - 20:14
São Paulo

O câncer de colo de útero é um dos que mais mata mulheres no Brasil. Na imensa maioria das vezes é possível evitar a doença e o melhor caminho é a vacinação. A campanha Março Lilás foi criada para ajudar a combater o problema.

Segundo o Inca, entre 2020 e 2022, o Brasil deve registrar 16.710 casos novos de câncer de colo de útero.

Em sete a cada dez casos a doença é causada por dois subtipos do HPV, o papilomavírus humano.

Um vírus transmitido em relações sexuais que causa lesões na vagina, no colo do útero, no ânus e também nos pênis.

Uma das formas mais eficientes de evitar o câncer do colo de útero é vacinar crianças e adolescentes antes de terem contato com o HPV, ou seja, antes de começarem a vida sexual.

No Brasil, a vacina contra o HPV entrou no calendário do SUS em 2014. Podem ser vacinadas as meninas entre 9 e 14 anos e os meninos entre 11 e 14 anos.

Mas no estado do Amazonas, que registra os piores índices da doença no país, a cobertura vacinal está ainda muito abaixo da meta, quem explica é Marília Muniz, coordenadora de atenção oncológica do estado.

Em 2019, a taxa de mortalidade por câncer de colo de útero no estado foi quatro vezes maior que no restante do país. Enquanto no Brasil o índice foi de 5,3 mortes para cada 100 mil mulheres, no Amazonas o índice foi de 21,4 para cada 100 mil mulheres.

Mas apesar da situação ser pior no Amazonas, a cobertura vacinal contra o HPV não está muito diferente no restante do país. Em 2020, menos de SEIS a cada DEZ meninas completaram o esquema vacinal tomando as duas doses da vacina.

Para Flávia Miranda Corrêa, médica pesquisadora da Divisão de Detecção Precoce do INCA, é preciso combater as fake news e o preconceito.

Ela também defende que as campanhas de vacinação voltem a ser feitas nas escolas, além das unidades de Saúde.

A OMS estabeleceu como meta de eliminar o câncer de colo do útero, em todo o mundo, até 2030. Para isso, é preciso vacinar 90% das meninas até 15 anos, fazer exames preventivos em 70% das mulheres até 45 anos, pelo menos duas vezes na vida, e tratar 90% das mulheres diagnosticadas com lesões pré-malignas ou com câncer no colo do útero.

 

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