Dois milhões e duzentos mil paulistanos - o que corresponde a 26% da população da cidade de São Paulo - já se contaminaram com o vírus causador da covid-19. É o que aponta um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa, feita em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Grupo Fleury e o Ibope Inteligência, aponta que o coronavírus continua se espalhando pela cidade, só que a velocidade do contágio está diminuindo.
A análise laboratorial de amostras de sangue de mais de 1,1 mil pessoas acima de 18 anos, feita no início deste mês, revela uma alta de casos em relação à etapa anterior da pesquisa, do final de julho, quando havia sido detectada a presença de anticorpos em menos de 18% das amostras. A conclusão é que cerca de 700 mil adultos foram infectados na cidade em pouco mais de dois meses.
A pesquisadora da USP, Beatriz Tess, afirma que os dados apontados nesta pesquisa não são os mesmos apresentados pela prefeitura de São Paulo. Ela aponta que a diferença de métodos aplicados pela prefeitura e pela universidade, explica a dificuldade na comparação de dados:
Já o pesquisador Fernando Reinach, também da USP, aponta a falta de testes disponíveis para a população como um dos fatores para saber com mais precisão a quantidade de infectados. Para ele, se o Brasil já está no estágio de imunidade de rebanho, isso não se deve às políticas públicas.
Em relação ao perfil dos infectados, a pesquisa aponta que a contaminação segue maior nas regiões mais pobres da capital paulista, com 30%, enquanto não ultraa 21% nos locais com renda mais alta.
A reportagem não conseguiu contato com a prefeitura de São Paulo para comentar o estudo.
* Produção: Michelle Moreira





