Canos de PVC, garrafas PET, latas velhas e galão de água. Quem disse que não sai música daí? A proposta foi apresentada na abertura oficial do Primeiro Congresso Internacional Cidades Lixo Zero , que acontece em Brasília, a partir desta terça-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente.
Participantes do mundo inteiro estão na capital do Brasil para discutir desafios, estratégias viáveis e o papel de gestores e população na construção de uma sociedade sem desperdício e com melhores índices de reaproveitamento.
Também vieram representantes de cidades que já são lixo zero, e trazem na bagagem sua experiência para o país. Segundo os organizadores, é simbólico que o evento ocorra no Brasil, onde mais de 60% dos municípios ainda têm lixões a céu aberto, em vez de aterros sanitários.
O diretor do Instituto Lixo Zero Brasil, Ko Cortes, explica que um dos processos mais importantes é evitar cada vez mais que os resíduos que produzimos se tornem lixo.
Em todo o país, cerca de 3% dos resíduos gerados são reciclados, e essa taxa é considerada baixa pelos especialistas do mundo inteiro. Ko Cortes explica que aumentar esse patamar seria benéfico em vários aspectos.
Durante o evento foi anunciado que a capital catarinense, Florianópolis, assinou, nessa segunda-feira, decreto para se tornar a primeira cidade lixo zero do Brasil. O governador da capital federal, Rodrigo Rollemberg, participou do evento, junto com gestores e secretários do Meio Ambiente.
Ele destacou que, em janeiro deste ano, Brasília ou a ter um aterro sanitário e extinguiu o segundo maior lixão do mundo. Rollemberg destacou que o próximo desafio é tornar Brasília, também, uma cidade lixo zero.
Instituída por lei em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estipula que nenhuma cidade brasileira deveria ter lixão, a partir de agosto de 2014. Com as dificuldades em cumprir o prazo, os municípios aguardam nova diretriz. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados projeto que estende esse prazo até 2021.
O Congresso cidades lixo zero deu exemplos de como gerar pouco lixo e de reaproveitamento. Todos os participantes receberam um copo plástico reutilizável, para evitar o uso de descartáveis. Não foram distribuídos panfletos em papel, já que a programação foi informada na internet e em painéis eletrônicos.
Além disso, as credenciais dos participantes foram confeccionadas em papel-semente, que pode ser usado para o cultivo de uma nova planta. O evento vai até a próxima quinta-feira.





