Mais de 2 mil campos de futebol foram desmatados em áreas indígenas no chamado Corredor Tupi-Mondé, nos estados de Mato Grosso e Rondônia, em 2017. A análise é do Idesam, o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia.
Foram mais de 2.300 hectares desmatados em sete terras indígenas, o que, segundo a entidade, representa taxas recordes de perda de cobertura florestal para a região.
A perda apresentada no boletim mostra que os recursos naturais continuam sendo explorados em ritmo alarmante.
De acordo com o gerente do Programa de Mudanças Climáticas e REDD+ do Idesam, Pedro Soares, a principal causa do desmatamento é o garimpo e o avanço do setor agropecuário nas terras indígenas.
Pedro explica que o intenso fluxo de capital resultante da venda dos minérios acaba sendo investido em novos desmatamentos e na ampliação de áreas de pastagens.
O levantamento da organização destaca que o desmatamento afeta cerca de 6 mil indígenas.
O Ibama é o órgão responsável por fiscalizar essas áreas. O coordenador-geral de Fiscalização do órgão, Renê Luiz de Oliveira, explica que os agentes têm notado, nos últimos anos, uma forte pressão em unidades de conservação e terras indígenas por exploração ilegal de madeira e minérios.
Renê Luiz acrescentou que o instituto deve recrudescer as ações. Para ele é necessário haver agravantes no caso de exploração dessas áreas.
O Idesam analisa que o controle dessas terras não é suficiente porque os órgãos responsáveis não possuem a estrutura necessária para garantir a proteção e o desenvolvimento sustentável desses territórios.
O instituto defende mais fiscalização e a aplicação de multas para evitar a reincidência dos crimes.




