* Não houve divulgação, por parte da Polícia Militar, sobre estimativa do número de manifestantes.
A Polícia Militar de São Paulo dispersou manifestantes que participaram de ato contra o governo de Michel Temer em São Paulo. A manifestação começou por volta das 17h na Avenida Paulista e terminou no Largo da Batata, região Oeste da cidade. Segundo os organizadores, cerca de 100 mil pessoas participaram do protesto que seguiu tranquilo do início até o encerramento oficial.
No momento em que as pessoas estavam se dispersando, a tropa de choque da Polícia Militar se posicionou em frente à entrada do metrô e ou a jogar bombas de gás lacrimogênio. Havia muitas famílias, idosos e crianças no local e quem estava perto não conseguiu entender o que aconteceu. Correndo e sob efeito de gás lacrimogênio, a publicitária Renata Gervatalscas explicou o que viu.
Sonora: “Eu tava indo pro metrô eles bloquearam a entrada do metro e não deixaram ninguém entrar e começaram a soltar bombas”.
Pelo Twitter, Polícia Militar de São Paulo justificou a ação dizendo que foi obrigada a intervir com uso moderado da força e munição química para responder a ação de vândalos. Versão refutada pela dona de casa, Marizilda de Oliveira, de 57 anos, que participava do ato acompanhada pelos filhos.
Sonora: “No momento em que a gente estava lá não aconteceu nada. Eles é que estão tumultuando. A gente veio em paz, tranquilo”.
Até mesmo quem estava dentro de um restaurante nas imediações foi alcançado.
Sonora: “Tava todo mundo dentro do bar de boa, quando começou a ar manifestante correndo na porta, aí o camburão ou espirrou gás de pimenta. Em seguida, aram uns policiais que tentaram entrar e jogaram uma bomba de gás lacrimogênio”.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que, após o enceramento da manifestação, houve um princípio de tumulto na estação Faria Lima do metrô e que vândalos quebraram catracas.
A nota explica que a munição química e jatos de água foram usados para restabelecer a ordem. Também em nota, a concessionária Via Quatro, que istra a Linha Amarela do metrô confirmou que houve atos de vandalismo, mas não houve depredação. A nota não esclarece se tais atos foram antes ou depois da ação da PM, nem se os policiais foram chamados para atuar no local.
Com a confusão, as pessoas se dispersaram e grupos foram flagrados quebrando lojas e ateando fogo em lixeiras. Apesar da confusão, para Guilherme Boulos, líder do MTST e um dos organizadores da manifestação, o ato foi vitorioso e a ação policial, uma tentativa de intimidação.
Para Boulos, foi um atentado ao direito de manifestação e será denunciada na Justiça e junto a organizações de direitos humanos. Até o final da noite, pelo menos três pessoas tinham sido feridas por balas de borracha e 27 foram detidas.





