Pezão: é loucura próximo governador não prorrogar a intervenção

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse hoje (21) que “seria uma loucura” o próximo governador do estado dispensar o uso das Forças Armadas no combate à violência e ao tráfico de drogas no estado. Durante o lançamento do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana, na Sala Cecília Meireles, no centro, Pezão disse que se o próximo governador do estado desejar a prorrogação da intervenção federal no Rio, ele fará a solicitação ao governo federal tão logo saia o resultado das urnas.
“Sou governador até a meia-noite do dia 31 de dezembro, mas se o vencedor das eleições quiser a prorrogação da intervenção federal, eu peço imediatamente logo depois do resultado das eleições”.
A avaliação do governador é de que dificilmente o próximo governador vai querer dispensar o uso das Forças Armadas no Estado. “Eu acho particularmente uma loucura o governante que sentar aqui [na cadeira de chefe do Executivo fluminense] dispensar o uso das Forças Armadas”.
Para Pezão, o estado precisa de uma Polícia Rodoviária Federal [PRF] forte e de uma Força de Segurança Nacional forte, assim como precisa da presença forte das Forças Armadas no auxílio ao combate da violência no estado. “Eu falei no dia em que o presidente Michel Temer assinou a intervenção: vocês vão entrar e não sair nunca mais. É uma dívida que a União tem com a cidade do Rio de Janeiro. Isso era para estar contemplado na fusão [dos estados do Rio e da Guanabara] e também com a perda da capital”, disse. “Assim como acontece em Brasília, essa conta da segurança pública tinha que estar contemplada na Constituição: a injeção de recursos da União na segurança pública do Rio”.
Resultados visíveis
O governador do Rio disse que os resultados da intervenção federal no estado são visíveis. “Os roubos de carga diminuíram, assim como os de transeuntes e de celulares. Agora, o problema da violência é nacional e eu não tenho dúvida nenhuma que o próximo presidente da República e o próximo governador do Rio dificilmente vai dispensar o uso das Forças Armadas”.
Segundo Pezão, o estado hoje está pagando o preço pelo abandono ocorrido no ado, principalmente no que diz respeito ao trabalho da Polícia Rodoviária Federal no patrulhamento das Rodovias de o ao estado. “É só você observar os resultados obtidos de agosto para cá, quando o governo federal decidiu pelo aumento da PRF no estado com mais de mil homens, divididos em 300 por turno”.
Os resultados obtidos até agora levaram o governador a defender a continuidade das iniciativas para reforçar o policiamento nas rodovias federais. “A quantidade de armamento e munições que entraram no Rio devido a falta de fiscalização. A gente está vendo que a integração está levando a apreensão seguidas de armas, principalmente por parte da Polícia Rodoviária Federal.”
Para o governador, é preciso aumentar também a fiscalização das baías do estado, principalmente a Baía de Guanabara. “A Baía de Guanabara, por exemplo, é uma peneira. Olha como o tráfico se estabeleceu em Angra dos Reis e Parati, que hoje é uma rota internacional do tráfico. Patrulhar as estradas e baías não é atribuição da Polícia Militar ou da Polícia Civil”.
Região Metropolitana
Luiz Fernando Pezão disse que o governo do estado está, também, empenhado em fortalecer cada vez mais a questão da segurança pública na Região Metropolitana do Rio. Neste sentido, ele adiantou que governo vai aproveitar que algumas unidades de Policiamento Pacificadora (UPPs) foram desativadas na capital para fortalecer o policiamento na Região Metropolitana e, em particular, na Baixada Fluminense.
“Em julho estão chegando mais viaturas para a segurança pública do estado e vamos destinar a maioria para a Região Metropolitana, principalmente para a Baixada. Também irão unidades para São Gonçalo, Niterói, Maricá e para a Região Metropolitana como um todo”.


