Defesa de Youssef diz que ele ficará calado e pede dispensa de depoimento à MI
O doleiro Alberto Youssef não vai falar sobre o esquema de corrupção do qual é acusado de ser o operador à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) da Petrobras. Os advogados encaminharam petição ao presidente da MI solicitando que ele seja dispensado de ir a Brasília para o depoimento, uma vez que usará a prerrogativa de ficar calado e os custos ao Erário seriam altos.
Youssef está preso desde que foi deflagrada a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e é acusado de lavagem de dinheiro e, entre outras coisas, de receber propina de empreiteiras que têm contratos com a Petrobras e rear a partidos políticos. “Alberto Youssef pretende se reservar no direito ao silêncio durante a referida sessão”, diz o documento.
Os advogados alegam ainda que, na condição de colaborador da Justiça, Youssef tem direito a ter nome e imagem preservados e não ser fotografado ou filmado. “Direitos esses que poderiam ser vilipendiados durante uma sessão levada a efeito no bojo da presente MI, a exemplo do que ocorreu com o sr. Paulo Roberto Costa”.
A defesa ressalta ainda que Youssef não pretende falar aos parlamentares nem mesmo se lhe for ofertada a possibilidade de uma sessão fechada, sem a presença de jornalistas. E, por fim, apela para o “princípio da eficiência da istração pública” no sentido de que a MI evite os gastos “inócuos” de transportar o depoente em avião da Polícia Federal para um depoimento que não ocorrerá.
O requerimento de convocação de Youssef já havia sido aprovado pelos membros da MI, mas só ontem (22) o presidente Vital do Rêgo (PMDB-PB) marcou o depoimento para a próxima quarta-feira (29). Rêgo ainda não se manifestou sobre o pedido de dispensa do depoente, mas deve consultar o relator, Marco Maia (PT-RS), e outros membros da MI antes de decidir se acata ou não a solicitação.
Se os parlamentares decidirem pela ida de Youssef a Brasília, de qualquer forma ele terá que ser transportado e escoltado pela PF até a chegada ao Congresso, quando ficará sob a guarda da Polícia Legislativa. Após a sessão da MI, ele retornará, de avião, para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso.


