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Internacional

Brasil precisa ajustar economia na direção da indústria, defende Levy na OCDE

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 03/06/2015 - 18:31
Brasília
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fala à imprensa no STF. Levy foi ao Supremo para reunião com o ministro Marco Aurélio Mello (Valter Campanato/Agência Brasil)
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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante coletiva no ministério (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu em Patis  o  ajuste  da  economia  nacional  na  direção da  indústria       Marcello  Casal Jr/Agência  Brasil

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (3) que o Brasil precisa ajustar a economia na direção da indústria. Levy deu a declaração em Paris, ao participar da de acordo do Brasil com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ele declarou que o país deve reduzir as incertezas em relação à economia, com fortalecimento fiscal e simplificação de impostos. Para Levy, o acordo com a OCDE, organismo que desenvolve estudos e pesquisas em diversas áreas, pode ser útil para alcançar esses objetivos.

“Neste momento, talvez tenhamos um pouco menos de protagonismo das commodities [produtos básicos com cotação internacional], o que significa que vamos ter mais protagonismo da indústria de transformação, da parte de conhecimento. Temos que ajustar a economia nessa direção. Também temos que criar as vantagens que vêm da menor incerteza em relação à economia. O acordo com a OCDE vai nesse aspecto, de uma economia mais madura, que sabe que tem que competir no cenário internacional”, afirmou o ministro, em entrevista na capital sa.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também participou da do documento, explicou que o acordo possibilita a participação do Brasil, em caráter mais institucional, nos comitês da OCDE. “[O acordo] nos permitirá, ao longo dos próximos dois anos, aumentar a participação. Já participamos de 14 ou 15 mecanismos, comitês. [Com o acordo] vamos explorar a possibilidade de cooperação mais próxima, aproveitando a experiência da OCDE em todas as matérias discutidas.”

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, esclarece, em comissão do Senado, a abstenção do Itamaraty na votação sobre violações de direitos humanos na Síria e no Irã (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O chanceler Mauro Vieira diz que, com o acordo, o

o  Brasil  aumenta sua participação instritucional

na  OCDE             Antonio Cruz/ Agência Brasil

Mauro Vieira ressaltou que o acordo não traz ônus financeiro para o Brasil, já que apenas os membros-plenos da OCDE, que atualmente são 34 países, devem fazer esse tipo de contribuição. Tanto Vieira quanto Levy se mostraram cautelosos ao ser questionados sobre a possível integração do Brasil à organização como membro pleno. “Com esse acordo macro, vamos ter a possibilidade de estar presentes de forma mais institucional, conhecer melhor a experiência e ver o que nos convém fazer no fim desse prazo de avaliação”, disse o chanceler brasileiro.

Joaquim Levy também comentou as projeções divulgadas hoje pela OCDE para a economia brasileira. O organismo prevê recessão em 2015 e crescimento de 1,1% da economia em 2016. Segundo o ministro da Fazenda, as estimativas estão próximas das projeções de mercado. “O primeiro trimestre foi de retração, o segundo trimestre ainda vai ser relativamente difícil. O que estamos fazendo é trabalhar para ter uma recuperação [da economia] o mais rápido possível”, salientou.