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Internacional

Paciente que teve suspeita de ebola pede privacidade e deve receber alta logo

Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 14/10/2014 - 12:17
Rio de Janeiro
Infectologistas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas que trataram do paciente com suspeita de ebola. E/D: José Cerbino (INI);  Valcler Rangel (Fiocruz); e Marília Santini (INI) (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
Infectologistas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas que trataram do paciente com suspeita de ebola. E/D: José Cerbino (INI); Valcler Rangel (Fiocruz); e Marília Santini (INI) (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Médicos do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas comentam caso de paciente com suspeita de ebolaTânia Rêgo/Agência Brasil

O paciente que continua internado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) após ter sido descartada a suspeita de ebola não tem mais necessidades clínicas para permanecer hospitalizado e deve deixar o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) assim que seu transporte for acertado e os últimos exames forem realizados.

"A liberação dele independe dos resultados. Está condicionada à questão logística mesmo", disse o vice-diretor do INI, José Cerbino, que participou de uma entrevista coletiva na manhã de hoje na sede da Fiocruz.

Proveniente da Guiné, um dos países que sofrem com a epidemia, o paciente pediu privacidade e a preservação de sua imagem. Por isso, a Fiocruz não vai divulgar informações sobre horário e deslocamento do paciente, que pode ocorrer ainda hoje (14).

De acordo com os representantes da Fiocruz o paciente tomou conhecimento da repercussão do caso nas redes sociais, inclusive com comentários racistas e teme ser discriminado na volta para o lugar onde estava morando, no Paraná.

"Ele ficou preocupado, na situação dele de refugiado isso gera uma preocupação grande", contou Cerbino sobre o receio do paciente.

Segundo os vice-diretores do INI, José Cerbino Neto e Marília Santini, que trataram diretamente do caso, o paciente a bem, mas apresenta alterações no exame de sangue que não apontam para nenhum quadro infeccioso. Como já está internado, os médicos vão aproveitar para realizar exames de imagem, tomografia e hemograma, cujos resultados não serão divulgados também em respeito à privacidade do paciente.

O paciente é um homem de 47 anos e está internado em um quarto comum no INI, desde a confirmação de que não tem ebola. Dois testes foram realizados no Instituto Evandro Chagas, no Pará, e ambos deram negativo. Segundo Cerbino, os testes são confiáveis e não é necessário recorrer a laboratórios no exterior.

Os médicos infectologistas elogiaram a atuação da unidade de atendimento de Cascavel, no Paraná, que identificou a suspeita de ebola e recomendou que todos os postos de saúde perguntem no primeiro contato se há febre e se a pessoa esteve em áreas de epidemia nos últimos dias.

"Se ela responder positivo para as duas perguntas já é classificada como suspeita de ebola é a contenção já deve ser iniciada ali, para evitar que tenha contato com outras pessoas e eventualmente contaminá-las", disse Cerbino.