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Avanços brasileiros contribuem para cumprimento da Agenda 2030, diz especialista

A agenda para o desenvolvimento mundial sustentável será formalizada
Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/09/2015 - 15:10
Brasília
Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) que serão durante a Cúpula da ONU
© Divulgação/Pnud

Na avaliação do assessor sênior da Organização das Nações Unidas (ONU) Haroldo Machado Filho, os resultados alcançados pelo Brasil na implementação dos 8 Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM) merecem destaque mundial e colocam o país em posição de vantagem na execução da nova agenda mundial para a prosperidade.

A Agenda para o desenvolvimento mundial sustentável até 2030, formalizada hoje (25) por líderes de 193 países, na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, em Nova York. O encontro antecede a Assembleia Geral da ONU, na segunda-feira (28), e tem como missão fazer com que todos os países membros adotem, de forma voluntária, o documento Transformando Nosso Mundo, com 17 objetivos e 169 metas para melhorar a vida de todas as pessoas do mundo.

Machado Filho conta que, mesmo antes dos relatórios finais da ONU sobre a implementação dos ODMs serem concluídos (o compromisso vale até o final de 2015), o país já contabiliza avanços relevantes, como o cumprimento do objetivo que tratava do combate à pobreza extrema e fome, em 2012. De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o país reduziu o percentual da população com renda inferior a US$ 1,25 ao dia de 25,5%, em 1990, para 3,5%, em 2012.

Outro objetivo cumprido diz respeito ao o à educação: a porcentagem de crianças de 7 a 14 frequentando o ensino fundamental ou de 81,2%, em 1990, para 97,7%, em 2012.

Para o assessor das Nações Unidas, a experiência brasileira pode servir de exemplo para outras países lidarem com as mesmas questões. Ele acredita que o sucesso do Brasil só foi possível porque as políticas públicas do governo convergiam com as metas acordadas e a proposta da nova campanha da ONU é dar sequência à campanha anterior. "Não faz sentido parar no meio do caminho, até porque os ODMs deram certo”, disse Machado Filho.

A assessora internacional da Associação Brasileira de Organizações não Governamentais (Abong), Maira Vannuchi, que atuou na elaboração da proposta brasileira para a Agenda 2030, disse que agora o compromisso precisa de uma “tradução nacional” para cada país envolvido: um acordo entre governo, sociedade e setor privado para alinhar a agenda de desenvolvimento sustentável com a agenda de desenvolvimento de cada país.

O governo brasileiro criou um grupo de trabalho interministerial para tratar da Agenda Pós-2015 e reuniu 27 ministérios para elaborarem um conjunto de propostas sobre as políticas nacionais em relação à cada assunto. As propostas tiveram como ponto de partida o documento construído por movimentos sociais de todo o mundo durante a Cúpula dos Povos, sediada no Rio de Janeiro, em 2012, que ocorreu paralelamente à conferência Rio+20.

Maira ressaltou a importância de manter os movimentos sociais como atores importantes na construção de indicadores para monitorar e implementar os objetivos à realidade brasileira. “A sociedade civil está pressionando o governo para formar uma comissão que garanta a participação social na construção dos indicadores e o governo tem demonstrado abertura”, conta.

A especialista também destaca o papel das empresas privadas nesse processo, tanto no desenvolvimento de modelos mais sustentáveis de produção como no financiamento de políticas públicas. “Também é uma boa oportunidade para o setor privado, pois a construção das soluções a pela criação de novas tecnologias”, disse ao reconhecer que as empresas do Brasil também tiveram grande envolvimento na construção da Agenda 2030, por meio da Rede Brasileira pelo Pacto Global.