logo Agência Brasil
Geral

Marginal é fechada por uma hora após manifestação de professores de São Paulo

Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/05/2015 - 21:49
São Paulo

Os professores da rede estadual pública de educação de São Paulo fecharam por cerca de uma hora toda a Marginal Pinheiros [pistas expressa e local] sentido Rodovia Castello Branco, no trecho entre a Avenida Rebouças e a Estação Pinheiros de Metrô e de trem. A via expressa da Marginal Pinheiros só começou a ser liberada por volta das 20h10 quando o movimento começou a se dispersar.

A Marginal Pinheiros foi fechada após os professores terem decidido, em assembleia, manter a greve da categoria que teve início no dia 13 de março. Depois da assembleia, na tarde de hoje (8) no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), os professores saíram em caminhada pela Avenida Paulista e Avenida Rebouças até a Marginal Pinheiros, trajeto que durou mais de duas horas para ser concluído. A Polícia Militar estimou a presença de mil professores, enquanto o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) falou em 50 mil professores presentes ao ato.

Com um forte aparato, a Polícia Militar apenas acompanhou o ato, que foi pacífico. Quando os manifestantes chegaram à Marginal Pinheiros, por volta das 19h, o movimento se dividiu. Parte dos manifestantes queria encerrar o ato antes e, após ter fechado a marginal, decidiu continuar a caminhada até o Largo do Batata, onde o movimento se dispersou. Outra parte dos manifestantes decidiu permanecer na marginal e só começou a deixar o local por volta das 20h.

Alguns professores que foram embora de metrô, embarcando na Estação Pinheiros, fizeram uma grande manifestação no local, gritando e cantando “o professor chegou” nas escadarias, recebendo apoio de alguns ageiros. O ato no metrô foi acompanhado por seguranças e também ocorreu de forma pacífica.

Os professores reivindicam reajuste salarial de 75,33%. Mas o secretário de Educação, Herman Voorwald, disse que não há qualquer possibilidade de o governo oferecer aumento aos professores por causa da queda de arredação no estado. Ele ameaçou cortar o ponto dos grevistas.

Ontem (7) a juiza Celina Kiyomi Toyoshima, da 4ª Vara da Fazenda Pública, proibiu que o governo descontasse os salários dos grevistas enquanto a greve não fosse julgada e declarada ilegal. No entanto, hoje (8) o governo divulgou que conseguiu cassar a liminar por meio da decisão do desembargador Francisco Casconi, que atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral do Estado.

No despacho, o desembargador afirmou que o tema já havia sido apreciado pelo órgão especial do Tribunal de Justiça. “Considero que prevalece a orientação do órgão especial no sentido de que a greve autoriza o corte no ponto dos servidores, porquanto não há falar em direito à remuneração por trabalho não desempenhado”, disse o desembargador.

Ontem ocorreu uma audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de São Paulo entre os professores e representantes da Secretaria de Estado da Educação, que terminou sem acordo. Com isso, o dissídio coletivo de greve segue agora para sorteio de relator e julgamento.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Educação disse que está aberta ao diálogo com a categoria. Em nota, o órgão lamenta que o sindicato dos professores tenha decidido “manter uma greve nitidamente contaminada por interesses incompatíveis com o momento econômico atual, que conflita com a harmonia que pauta o diálogo entre secretaria e professores e visa a prejudicar o cotidiano de 4 milhões de alunos e de seus pais”.