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Rodoviários do Rio fazem assembleia e podem decidir hoje por nova paralisação

Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/05/2014 - 11:45
Rio de Janeiro

Os rodoviários do Rio de Janeiro que integram o movimento dissidente da categoria fazem hoje (27) às 16h, na Candelária, no centro do Rio, uma assembleia em que podem decidir por uma nova paralisação. Na avaliação de Hélio Alfredo Teodoro, um dos líderes do grupo, desde o início deste mês, quando fizeram uma interrupção dos serviços que surpreendeu os ageiros de ônibus do Rio, não houve avanço nas negociações. O grupo pede 40% de reajuste nos salários, tíquete-alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista e cobrador.

Grupos de rodoviários em greve fazem eata pelas ruas do centro do Rio por reajuste de salário, benefícios e o fim da dupla função, que obriga motoristas a trabalharem como cobradores (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Grupos de rodoviários em greve fazem eata pelas ruas do centro do RioFernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

“O rodoviário está indignado. Tomou falta nas greves que aconteceram e ainda foi descontado do pagamento. E eles [Prefeitura do Rio e empresas de ônibus] não vêm para conversar. Fica complicado. O rodoviário está igual a uma a de pressão”, disse.

Segundo Teodoro, não haverá indicativo de paralisação por parte dos líderes do movimento, mas a decisão pode ser tomada pelos próprios rodoviários. "Tem 80% de chance de ter greve. Nenhum meio público se manifestou sobre o que está acontecendo. Ninguém intima o sindicato a negociar com a categoria. É o que a classe quer. Sentar e conversar, mas ninguém faz isso", acrescentou.

Antes da assembleia, o grupo tem uma audiência às 14h, no Ministério Público do Trabalho (MPT). “O máximo que eles podem fazer lá é intimar, ou seja, se eles quisessem também já tinham feito isso. Nós entramos com uma representação do que a gente quer. Eles já estão com a nossa pauta. Só que até hoje não fizeram nada e não vai ser hoje que vão fazer”, explicou lembrando que já houve um entendimento da Justiça de que o grupo não é representante legal da categoria.

Teodoro não teme que a paralisação seja considerada abusiva, como o que ocorreu com a greve dos rodoviários de São Paulo. “O que fizeram em São Paulo, imagina, a população está trabalhando e do nada eles decretam a greve e recolhem os ônibus para a garagem deixando todo mundo nas ruas. Uma coisa que nas nossas greves do Rio não aconteceu. A população já está ciente de que os rodoviários podem parar a qualquer momento”, disse.

O presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores do Rio de Janeiro (Sintraturb-RJ), José Carlos Sacramento de Santana, que participou das reuniões para fechar um acordo da categoria com a prefeitura do Rio e com as empresas de ônibus, disse que não acredita que haja uma nova paralisação. “Não estou prevendo isso não. Nenhuma paralisação, porque é um grupo que está se desentendendo e não vejo futuro nessa manifestação. Por mim, não tem preocupação com isso”, analisou.

O sindicalista apontou que não há como mudar o acordo assinado, que determinou um reajuste de 10% nos salários, 40% na cesta básica e tíquete-alimentação de R$ 140 por mês, com desconto de R$ 10 pagos pelo trabalhador. “Não vejo por onde [fazer alteração no acordo]. Um acordo já foi feito e a categoria foi beneficiada com maior porcentagem de aumento”, explicou.

Santana disse que o Sintraturb, representante legal da categoria, não foi convidado para participar da audiência de hoje no Ministério Público do Trabalho.