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Moradores pedem solução política para permanecer em área ocupada no Rio

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/04/2014 - 19:31
Rio de Janeiro
Terreno da operadora de telefonia Oi, na zona norte da cidade, invadido há mais de uma semana por moradores de comunidades localizadas no entorno (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Terreno da operadora de telefonia Oi, na zona norte da cidade, foi invadido há mais de uma semana por moradores de comunidades localizadas no entorno Tânia Rêgo/Agência Brasil

A solução para as milhares de pessoas que ocupam desde a semana ada um imóvel do grupo Telemar a pelas mãos dos políticos, pois juridicamente existe uma decisão de reintegração de posse emitida pela juíza Maria Aparecida Silveira de Abreu, da 6ª Vara Cível do Fórum do Méier. A opinião é de vários moradores do local, onde funcionava o almoxarifado da antiga Telerj, mas que está abandonado há muitos anos e vinha se tornando ponto de consumo e venda de crack.

"Acho importante o governador [Luiz Fernando] Pezão nos ajudar. Ninguém aqui é de violência", disse a aposentada Denair Borges, que aproveitava o movimento de novos moradores para vender refrigerantes em um isopor.

Muitos questionavam os gastos feitos nos ultimos anos em obras para a Copa do Mundo. "Para a Copa eles têm dinheiro, mas para a população, não investiram nada. A eleição está vindo e depois eles vêm aqui nos pedir votos", reclamou Fabiana de Paula da Costa, que atualmente está desempregada.

A grande maioria decidiu ocupar o imóvel para fugir da alta dos aluguéis, que teria disparado nas comunidades, principalmente depois dos processos de pacificação. "O objetivo de todos é a moradia, porque nós não estamos em nenhum projeto social  do governo. Eu precisei sair da minha comunidade, o Jacarezinho, porque o aluguel ficou muito puxado. Eu ganho R$ 700 e pago R$ 400 de aluguel. O resto dá para comer o mínimo", disse o mecânico Adriano Rodrigues de Oliveira.

Alguns já começaram até a mobiliar o barraco, uma estrutura de compensados medindo 4 metros por 4 metros, que é o lote padrão demarcado para todos. "Acabei de comprar um sofá na loja, porque o meu filho não tem onde deitar. Ele estava dormindo em uma esteira no chão", disse a dona de casa Ana Paula.

Só para demarcar o lote, são gastos cerca de R$ 500 em madeira, dinheiro que muitos não tinham e que pegaram emprestado. "Eu já me endividei. Peguei dinheiro emprestado com um e com outro para construir o meu barraquinho. Já estou com a corda no pescoço. Não dá mais para voltar.  Agora é tudo ou nada", disse a dona de casa Rosana de Jesus.

Uma reunião ocorrida no início da tarde de hoje (8) entre a juíza responsável pelo caso, oficiais da Polícia Militar, representantes da Defensoria Pública, da prefeitura e dos moradores da área ocupada terminou sem acordo. Por enquanto, fica valendo a liminar deferida em favor da empresa Telemar, nome juridico do grupo Oi de telecomunicações.