Opas divulga alerta para aumento de casos de coqueluche nas Américas

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgou boletim com alerta epidemiológico para o aumento de casos de coqueluche na região das Américas.
Nas primeiras 21 semanas de 2025, os Estados Unidos lideraram os dados com 10.062 casos. O Brasil notificou 1.634; México, 943; Equador, 593; Colômbia, 318; Peru, 404 e Paraguai, 37.
No Brasil, o número de casos é o segundo maior desde 2019, ficando atrás apenas de 2024. Entre os estados, Mato Grosso do Sul apresenta o maior número: são 318, incluindo um óbito. Em seguida aparece São Paulo, com 274 e um óbito, e Rio Grande do Sul, 234 e também um óbito. Ao todo, o nosso país já soma cinco mortes causadas pela coqueluche até maio.
A doença, também conhecida como "tosse comprida", é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetélla Pertussis. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato com a pessoa doente, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
O médico pediatra infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca outras características da coqueluche.
"A coqueluche é uma doença infecciosa de altíssima transmissibilidade. Tem como características acometer a população de uma maneira geral, de tempos em tempos, fruto da imunidade que não persiste após a infecção natural", disse.
Renato Kfouri explica que crianças de até um ano têm maior risco para desenvolvimento de formas graves e óbitos pela coqueluche. O médico detalha os esquemas vacinais disponíveis no SUS. Além das doses da pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de vida, dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) são oferecidas aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
No comunicado, a Opas, que é um escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde, pede aos Estados-Membros que reforcem seus sistemas de vigilância epidemiológica e monitorem de forma contínua as coberturas vacinais.





