logo Agência Brasil
Economia

Sondagem da CNI indica desaquecimento na indústria da construção em dezembro

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 29/01/2014 - 13:05
Brasília

Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta desaquecimento em diversos indicadores de atividade da indústria da construção. Entre os obstáculos para o setor está a dificuldade de o ao crédito. De acordo com a Sondagem Indústria da Construção divulgada hoje (29), o nível de atividade da indústria da construção brasileira alcançou 44,5 pontos e o número de empregados no setor ficou em 45,2 pontos no último mês de dezembro. Esses indicadores podem variar de 0 a 100 pontos.  Pontuações inferiores a 50 pontos são consideradas retração.

Com o desempenho retraído, a utilização da capacidade de operação das empresas – variável que mede o percentual do volume de recursos utilizado no mês , mão de obra e maquinário –  diminuiu de 70% em novembro para 69% em dezembro. É, de acordo com a entidade, a segunda queda consecutiva do indicador e o pior desempenho do setor desde 2010.

A situação financeira, no entanto, foi considerada satisfatória no quarto trimestre, apesar de levemente abaixo dos 50 pontos, com 49,8 pontos. Há também otimismo com o futuro. Em janeiro, o indicador de expectativas para os próximos seis meses, em relação ao nível de atividade, ficou em 57,7 pontos, e o de expectativa com referência a novos empreendimentos e serviços atingiu 58,4 pontos.

Melhoraram, também, as perspectivas sobre a compra de insumos e matérias-primas (56,6 pontos) e de evolução do número de empregados (56,6 pontos).

Segundo o economista da CNI Danilo Garcia, houve acirramento nas dificuldades no o ao crédito, principalmente do meio de 2013 para cá. “Dificuldade no o ao crédito, problemas anteriores de falta de demanda, acabaram afetando preponderantemente esse setor”, disse o economista.

O indicador de o ao crédito fechou o quarto trimestre em 41,9 pontos, revelando dificuldade de obtenção de financiamentos. Na média anual, esse indicador ficou em 43,2 pontos, índice menor do que os 47,6 pontos de 2012 e os 50,4 pontos de 2010.

Outro ponto de insatisfação do empresariado foi a margem de lucro operacional que, no quarto trimestre, ficou em 46,6 pontos. No mesmo período, o indicador de preço dos insumos e matérias-primas alcançou 60,7 pontos, revelando aumento. A pesquisa aponta, como principais problemas, a elevada carga tributária (48,2% das respostas), a falta de trabalhador qualificado (44,5%) e o alto custo da mão de obra (25%).

A Sondagem Indústria da Construção foi feita entre os dias 6 e 16 de janeiro. Foram ouvidas 463 empresas. Destas, 144 de pequeno porte, 203 de médio porte e 116 de grande porte.