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Cigarro eletrônico: jovens de 15 a 24 anos são 70% dos usuários

No Dia Mundial Sem Tabaco o alerta é do Ministério da Saúde
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Nathalia Maciel - Estagiária da Rádio Nacional
31/05/2025 - 07:15
Brasília
Cigarro Eletrônico, Vape. Foto: haiberliu/Pixabay
© haiberliu/Pixabay

Conhecido pelo cheiro doce e pelo sabor de frutas, o cigarro eletrônico pode esconder riscos graves à saúde e causar um vício ainda mais intenso que o cigarro tradicional. Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas de 15 a 24 anos representam 70% dos usuários.

Desde de 2009, é proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento e propaganda desses produtos pela Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Contudo, a norma não trata do uso individual, mas a utilização do dispositivo é vedada em ambiente coletivo fechado.

De acordo com o pneumologista André Nathan, além do prazer momentâneo, grande parte dos jovens recorrem ao cigarro eletrônico por acreditarem que ele seja uma opção menos nociva ao cigarro convencional. Mas essa percepção não está correta.

Esse tipo de tabaco eleva ainda mais o risco de desenvolver infecções respiratórias, convulsões, AVC, e aumenta, até mesmo, o risco de câncer pulmonar, explica André Nathan:

“Em primeiro lugar, pela quantidade de nicotina, a concentração de nicotina que o cigarro eletrônico tem, ele gera um vício muito mais intenso do que o cigarro convencional, o que já, por si só, já é muito ruim. São substâncias cancerígenas também, são substâncias que causam inflamação no pulmão, causam descompensação de doenças crônicas, como asma e bronquite crônica, mas que também podem causar doenças mesmo indivíduos saudáveis”.

Carlos Terra, morador do Mato Grosso do Sul, de 23 anos, conta que chegou a usar o Pods, um tipo de cigarro eletrônico, durante quatro anos. Após começar a ter crises de tosse seca e cansaço fora do normal, ele decidiu tentar parar de fumar:

“Eu comecei a sentir umas tosses secas, falta de ânimo e muito cansaço. Parar com o pods de uma hora pra outra é muito difícil. Eu tinha conseguido parar com o cigarro, mas depois de uns três meses, comecei a usar o pods. Ele é mais ível, então você acaba usando em qualquer lugar, até no trabalho, como foi no meu caso. Ele vira parte da rotina. Tentei parar de uma vez, não consegui. Então resolvi ir diminuindo, e assim estou conseguindo parar. Já percebo uma melhora grande: as tosses sumiram, meu ânimo voltou e me sinto muito mais disposto”.

Segundo o Ministério da Saúde, o SUS oferece tratamento gratuito para quem busca parar de fumar. O atendimento é realizado nas Unidades Básicas de Saúde e inclui acompanhamento profissional, orientação individual e em grupo, além da oferta de medicamentos.

* Com supervisão de Roberta Lopes